Um Poema e Uma Dor
27 de janeiro de um domingo qualquer
Um domingo que entraria para a história
Um domingo diferente, que fez famílias perderem a fé
Um domingo que ficará para sempre na memória.
Uma festa, uma boate, uma curtição...
Uma noite, uma dose, uma tragédia.
Um incêndio, um tumulto e o silêncio da canção.
Muitos jovens de cujos sonhos, restaram apenas quimeras.
Futuros abortados pelo aborto que a vida fez
Sonhos queimados, virados cinza.
Famílias desoladas pelo o que se desfez.
Brasil de brasileiros enxugando a lágrima que pinga.
O réquiem da morte marcha para sepultar
Um pedaço de cada um de nós.
Um grito de dor da mãe que só faz chorar
Silencia o nosso coração, calando a voz.
E no gritar deste silencio que explode no peito
Muitas almas oram com empatia ao Deus que sofre
Pedindo consolo às famílias que no leito,
Vêm seus filhos recebendo o abraço da morte.
Filhos heróis que voltaram para o fogo
Enfrentado o perigo para salvar seus amigos ou seus amores
Quebrando as regras da morte como num jogo
E, tendo terminado em cinzas, deixaram cores.
Cores que nenhum artista é capaz de pintar
Pois é a cor do amor, da esperança e da solidariedade.
Espalhadas na tela de corações que insistirá
Talvez, ou não, a driblar mesmo que sem arte, a dor da saudade.
Sempre em Cristo... que na dor e no luto não nos desampara.
Joacy Junior, em oração constante pelas famílias das vítimas de Santa Maria - RS
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